Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal, compilados pelo Observatório Fetrancesc, o trecho da rotatória/interseção de vias da BR-153 e BR-282 registrou 49 acidentes de 2020 até outubro de 2024 (último mês atualizado). Essas 49 ocorrências resultaram em 56 feridos leves e 16 feridos graves. Ou seja, existe uma incidência significativa de acidentes que resultam em feridos graves, correspondendo a 33% dos acidentes naquele trecho, sendo esta percentagem superior à média das rodovias federais catarinenses, que apresentam uma percentagem na casa dos 20% para incidência de feridos graves em acidentes.
Ressalta-se ainda que, de 2020 até outubro de 2024, houve 399 acidentes na BR-153, sendo que 49 deles (12%), portanto, ocorreram somente no Trevo de Irani. De 98 feridos graves, 16 (16%) foram no Trevo de Irani neste mesmo período, o que escancara ser um trecho que necessita de mais investimentos em métodos de segurança viária.
Observa-se, que em novembro de 2024, houve também uma ocorrência no Trevo de Irani com vítima fatal – uma idosa de 73 -, o que aumentará a estatística. Acrescenta-se que as estatísticas sobre óbito da PRF falam sobre os óbitos na pista, não refletindo a estatística das pessoas que ainda vão para o âmbito hospitalar e acabando perdendo a vida.
Ainda, ressalta-se que a BR-153 registrou apenas 95 acidentes em 2024, mas foi a rodovia federal com maior incidência de mortes em acidentes (11,58%), segundo dados divulgados pela imprensa, o que denota a falta de segurança na via.
A BR-282 também não passa despercebida na estatística de falta de segurança viária. Em comparação à rodovia federal mais movimentada de Santa Catarina (BR-101), a BR-282 teve 1.440 acidentes registrados em 2024, ante 4.375 acidentes da BR-101. Entrentando, mesmo tendo quase 4x menos acidentes, registrou praticamente o mesmo número de óbitos: 122 mortes na BR-282 (incidência 8,47% de acidentes que resultam em mortes), ante 124 mortes na rodovia mais movimentada do Estado.
Ter um número consideravelmente menor de acidentes em comparação a outras federais, mas uma incidência maior em feridos graves e óbitos, denotam a falta de segurança, não somente no trevo de Irani, mas também nas duas rodovias que se intersectam na mencionada rotatória.
César Henrique Barzotto Antunes
Coordenador do Observatório Fetrancesc
Foto: Corpo de Bombeiros de Irani